Os problemas desta vida, poucos eu resolvi
Não fiz nada por aqui, esperei que, do céu, caísse
Até que alguém me disse
Tu não quer nada com nada
Leva tudo na barbada, olha o vírus da velhice!

Me dei conta e olhei sério para o tempo enferruscado
Senti que tinha' passado muitos anos a pio
Namorando o mulherio, sempre o mesmo ruque-ruque
Até que eu perdi o muque e dez pataca' sumiu

É aquela história madura que não revela mudança
É uma brisa muito mansa que surge devagarinho
O tempo não vem solito, é leve igual folha seca
Traz, na anca, uma enxaqueca, para o primeiros conflitos

Junta dura, gadelhudo, resfriado, pulmonar
Consequências que vão dar dor de cabeça mais tarde
Só vai sentir, na verdade, a recaída violenta
Tá na talha dos cinquenta pelos janeiros covardes

Junta dura, gadelhudo, resfriado, pulmonar
Consequências que vão dar dor de cabeça mais tarde
Só vai sentir, na verdade, a recaída violenta
Tá na talha dos cinquenta pelos janeiros covardes
Tá na talha dos cinquenta pelos janeiros covardes

Este é o tempo veiaco' que nos pega de tocaia
Dando cancha na gandaia, só põe a marca na cruz
Bem na calma, ele reduz a massa da natureza
Tirando toda a beleza que a flor da idade produz

Tira a destreza do corpo, todo o semblante de moço
Que o reumatismo nos osso', quando pega, lhe esbodega
O corajudo se entrega, não tem jeito de pelear
E passa a lamentar quando a velhice lhe pega

Eu posso dizer que, assim, os janeiros me pegaram
Os meus cabelos branquearam, já não têm o mesmo brilho
Já tenho filhas e filhos casados, já ou vovô
A velhice se entranhou na lonca deste caudilho

Junta dura, gadelhudo, resfriado, pulmonar
Consequências que vão dar dor de cabeça mais tarde
Só vai sentir, na verdade, a recaída violenta
Tá na talha dos cinquenta pelos janeiros covardes

Junta dura, gadelhudo, resfriado, pulmonar
Consequências que vão dar dor de cabeça mais tarde
Só vai sentir, na verdade, a recaída violenta
Tá na talha dos cinquenta pelos janeiros covardes
Tá na talha dos cinquenta pelos janeiros covardes
Tá na talha dos cinquenta pelos janeiros covardes