Os moleques frio no asfalto quente, igual eu
Tossindo e comentando sobre os amigos da gente que morreu
Foi! Virou passado, por não tá mais presente
Igual os valor esquecido por não ter cifrão na frente
Mó friaca, tio! Deixa eu botar meu moletom
Vendo os gambé zoando os que é menino bom
Ponho o boné e sigo na fé, nego nem óia
Atravesso a rua, pois se passa perto, móia
Trago no olhar a luz do poste fria, sem esperança
Me guia, teus holofote é que cria minha temperança
Minhas lembrança é trote, eu via que a nossa herança
É um cobertor na calçada que ia envolvendo as criança
É embaçado, eu vou levar como karma
Meus vizinhos saber menos nome de livro que de arma
E a máquina que faz Bin Laden, trabalha a todo vapor
Solta na Babilônia, ensina a chamar rato de senhor
Nós tá na fila do emprego, mantimento, visita
Vive pra ser feliz e morre triste, ó que fita!
As pessoas se esbarra, se olha, se cala
Não pede ou cobra desculpa, porque ninguém mais se fala (memo)
Joga lixo no chão, como se fosse um lugar ermo
Aí dá enchente, os mesmos reclamam do governo
Que não governa nada, tá nem pro mal nem pro bem
Ia governar como? Se aqui ninguém ouve ninguém
Minha cidade trampa vinte e quatro horas por dia
Os que não morrer de tédio, morre de asfixia
A CIA monitora isso que cê faz agora
Mas não interfere, só fere, o pai da criança que chora
Nosso sofrimento dá prêmio pra quem se esconde em bairro nobre
Tô cheio disso, igual as cadeias é cheias de pobre (porra!)
Cidadania, onde? Nós cuspiu na lei de Gandhi
É quente memo, cidadão é uma cidade grande
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