Conheça a história do rock alternativo
Preparamos um guia especial e completíssimo sobre a história do rock alternativo para você conferir!
A história do rock alternativo é quase tão antiga quanto a própria história do rock. Em certas épocas, quando o mainstream se encontra estagnado, o rock alternativo até consegue influenciá-lo, injetando uma boa dose de criatividade no meio. Isso aconteceu principalmente nos anos 90.
Neste artigo, você vai saber como tudo isso aconteceu. Alguns dos tópicos que serão abordados no material são:
- Definição de rock alternativo;
- Características da vertente;
- A origem do nome “rock alternativo”;
- Os criadores do movimento;
- A relação do rock alternativo com o punk.
Então, bora lá começar nossa jornada pela história do rock alternativo?
O que é rock alternativo?
O rock alternativo é um subgênero formado por bandas que não se encaixam no mainstream. Esses grupos apresentam algum tipo de novidade, recontextualizando o som de bandas do passado, ou sendo totalmente inovadores.
Portanto, o rock alternativo engloba vários gêneros dentro do rock, como o punk, new wave, grunge, brit-pop e muitos outros.
Características
Tanto bandas com ênfase em riffs de guitarra quanto grupos com um som mais experimental e/ou dançante podem ser considerados rock alternativo. Sobretudo, as letras abordam temas como uso de drogas, suicídio, depressão, tédio e escapismo.
Além disso é uma marca as bandas de rock alternativo tocarem em casas de shows pequenas e no circuito de faculdades do seu país de origem. Elas assinavam com gravadoras independentes, tocando seus discos nas rádios universitárias e ganhavam notoriedade no “boca a boca”.
A maioria desses grupos rejeita o mega estrelato. No entanto, bandas alternativas como R.E.M. Nirvana e Oasis alcançaram sucesso internacional nos anos 90, elevando o rock alternativo ao mainstream.
Surgimento do termo rock alternativo
Embora os primórdios da história do rock alternativo estejam nos anos 60, foi em 1979 que a palavra “alternativo” começou a ser mais usada.
Naquele ano, o jornalista estadunidense Terry Tolkin escrevia sobre bandas rotuladas como “música alternativa”. A estação de rádio KZEW levava ao ar um programa chamado “Rock and Roll Alternative“, sobre bandas new wave.
Nos anos 80, o rock alternativo era chamado de indie na Inglaterra, devido às bandas gravarem pelos vários selos independentes surgidos com o punk. As revistas NME e Sounds criaram uma parada de discos chamada “Alternative Charts“, traduzível como “parada dos alternativos”.
Já nos Estados Unidos, o rock alternativo era chamado de college rock, devido à ligação das bandas com as rádios universitárias.
Com o tempo, o termo “alternativo” foi se popularizando e substituindo o “college rock” e o “indie”.
Em 1991, o vocalista do Jane’s Adiction, Perry Farrell, criou o festival Lollapalooza que, segundo ele, deveria “reunir elementos díspares da comunidade do rock alternativo”. História curiosa, não?
Onde começa a história do rock alternativo?
Em 1964, aconteceu o que ficou conhecido como “British Invasion”. Beatles, Rolling Stones e outras bandas inglesas estouraram nas paradas de sucesso norte-americanas.
Isso reativou o rock estadunidense, que estava desaparecendo da cena musical na virada dos anos 50 para os 60. Novos grupos como The Byrds e The Mamas & The Papas formavam, com os grupos britânicos, o mainstream dos anos 60.
Essa cena foi se desenvolvendo até se transformar no rock psicodélico, que estourou em 1967. Logo, a história do rock alternativo tem seu início bem nesse contexto!
Precursores
Agora, vamos falar de dois nomes fundamentais para a história do rock alternativo: Velvet Underground e Syd Barrett. É indispensável conhecermos a importância desses personagens da música, já que estamos lidando com esta temática.
Velvet Underground
Paralelamente à psicodelia, surge em Nova Iorque a banda Velvet Underground. Eles compunham músicas de 3 a 4 minutos, com letras falando da vida “barra pesada” de sua cidade. Por isso, eram o oposto das bandas psicodélicas, que criavam músicas longas com letras falando de paz, amor e contra a guerra do Vietnã.
Seu disco de estreia, The Velvet Underground & Nico, lançado em 1967, influenciou muitas bandas de rock alternativo das décadas seguintes.
Syd Barrett
Outro nome primordial para a história do rock alternativo é o do músico Syd Barrett. Um dos fundadores do Pink Floyd, participou ativamente apenas do primeiro álbum da banda, The Piper At The Gates Of Dawn, lançado em 1967.
Devido a sérios problemas psicológicos, agravados pelo abuso de LSD, ele foi retirado do grupo no ano seguinte.
Antes de se afastar definitivamente da música, lançou dois álbuns solos: The Madcap Laughs e Barrett, ambos de 1970. Esses discos se caracterizam por trazerem um estilo totalmente peculiar para a época, com enorme influência no rock alternativo, em geral.
A contribuição do punk para a história do rock alternativo
Primeiramente, para entender esta relação, é necessário falarmos do movimento precursor do punk: o protopunk. Ele ganhou força na virada dos anos 60 para os 70, mais precisamente nas cidades de Detroit e Nova Iorque.
Suas bandas rejeitavam o virtuosismo e a suntuosidade do psicodelismo, do rock progressivo e do hard rock, que dominavam o mainstream da época. Elas compunham músicas curtas e rápidas, com melodias simples. Suas letras abordam temas anti-sistema, tédio e escapismo.
Dessa forma, seus maiores expoentes foram MC5, The Stooges, e New York Dolls.
Entrando oficialmente no punk de fato, a ética DIY (“faça você mesmo”) abraçada pelo movimento é essencial para a história do rock alternativo.
Bandas com poucos recursos produziam suas próprias gravações e as lançavam por selos independentes. Por outro lado, grupos como Sex Pistols e The Clash eram uma alternativa ao rock grandiloquente de bandas como Led Zeppelin e Yes.
O punk criou a necessidade pela busca de uma identidade musical própria, que é a força motriz do rock alternativo.
Anos 80
Nesta década, o rock alternativo se consolidou de vez, abrigando uma ampla gama de estilos musicais. Vamos conhecer um pouco mais sobre cada um deles?
Gótico
Se você é chegado a sonoridades sombrias e letras abordando depressão e morbidez, esse é o seu estilo! Alguns dos grandes nomes desta vertente do rock alternativo são The Cure e Siouxsie And The Banshees.
Shoegazing
Esse estilo britânico foi assim denominado devido aos membros de suas bandas tocarem parados, olhando para os próprios pés. Seu som é caracterizado por uma parede sonora de guitarras tocando riffs longos e melódicos, além do abuso de distorção e feedback. Nesse sentido, seus grandes personagens são My Bloody Valentine e The Jesus And Mary Chain.
Madchester
A cidade de Manchester sempre foi um celeiro de grandes bandas, a ponto de, no final dos anos 80, surgir esse movimento por lá. Grupos como Stone Roses e Happy Mondays misturavam sons dançantes da década oitentista com a psicodelia dos anos 60.
Indie pop
O indie pop é formado por bandas que não chegam a ser saudosistas, mas que também não seguem a estética dos anos 80. Elas reciclam os anos 60 em riffs de guitarra, melodias fortes e letras engajadas. Seus representantes marcantes são The Smiths e R.E.M., uma das primeiras bandas alternativas a assinarem com uma grande gravadora.
Anos 90
Além de elevar o rock alternativo ao mainstream, as vendas astronômicas do álbum Nevermind do Nirvana despertaram o interesse das grandes gravadoras para o grunge. Então, vamos agora dar uma passada pelos principais movimentos do rock alternativo da década de 90!
Grunge
Surgido em Seattle, o grunge se caracteriza por um som sujo de guitarra, misturando heavy metal e punk. Na esteira do sucesso do Nirvana, bandas como Pearl Jam e Soundgarden também chegaram às paradas de sucesso.
Britpop
Além de recontextualizar o rock inglês dos anos 60 e o punk, o britpop foi uma reação ao grunge. Bandas como Blur e Suede se caracterizaram por melodias marcantes e letras otimistas, chegando também ao mainstream. Como resultado disso, o álbum (What’s The Story) Morning Glory, do Oasis, se tornou o terceiro disco mais vendido de todos os tempos no Reino Unido em 1995.
Século XXI
Na virada do século, bandas como The Strokes e The Killers surgiram fazendo um revival do indie pop dos anos 80.
Embora elas tenham alcançado sucesso comercial ao longo da primeira década deste século, o rock alternativo deixou de figurar no mainstream.
A última banda alternativa que conseguiu atingir sucesso comercial foi o Arctic Monkeys. Seu álbum Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not se tornou o álbum de estreia mais vendido da história no Reino Unido.
Atualmente, podemos citar como destaques do rock alternativo o duo estadunidense Twenty One Pilots e o cantor canadense Mac DeMarco.
Agora que você já sabe tudo sobre a história do rock alternativo, compartilhe esse artigo com seus amigos! Assim, mais pessoas passam a ter acesso a esse movimento musical tão interessante!
Carlos de Oliveira
Redator Web com especialização em SEO e escrita para blogs e redes sociais. Estrategista de conteúdo. Músico, compositor e colecionador de LPs, CDs e DVDs. Toca guitarra, violão, baixo, teclado, piano e bateria. Escreve para o Cifra Club desde abril de 2022.