O reggae está entre os estilos de música com enorme sucesso e importância a nível mundial. Assim sendo, vemos a influência do reggae no punk do The Clash, na MPB de Gilberto Gil, no pop do UB40, e por aí vai. Por isso, fizemos este artigo para você aprender como tocar o ritmo de reggae no violão!

Apesar de ser um estilo musical facilmente reconhecível, a batida de reggae tem variações embasadas em um mesmo conceito rítmico. Em outras palavras, é impossível fazer apenas um ritmo de reggae no violão e tocar todas as músicas desse gênero.

Portanto, é preciso se aprofundar bem na música jamaicana para saber, de fato, como tocar reggae no violão.

Nesse sentido, é altamente indicado para quem gosta de reggae e toca violão estudar a fundo esse gênero. Não só para se divertir tocando sozinho ou com os amigos, mas também para se tornar um regueiro completo!

Então, pronto para aprender as variações do ritmo de reggae?

Como é o ritmo do reggae?

Além de apresentar batidas de violão bem específicas e com um certo grau de complexidade, o reggae usa muito as pestanas. Assim, ao tocar duas ou três músicas do estilo, o estudante de violão já pode dizer que deu um salto evolutivo neste fundamento do instrumento.

A batida de reggae é caracterizada pelas acentuações no contratempo da música. Por exemplo, vamos definir que os tempos do compasso quaternário são marcados pelos números 1 – 2 – 3 – 4. Desse modo, o espaço entre eles é o contratempo.

Agora, vamos colocar a letra entre os números: 1  e  2  e  3  e  4  e. Para treinar, coloque o metrônomo em 66 BPM. Com o clique, fale suavemente os números em voz alta. Entre cada número, fale a letra, com mais intensidade que os próprios números. Eis o fundamento da batida de reggae!

Como tocar reggae no violão?

As variações do ritmo de reggae no violão têm dois pontos em comum.

Primeiramente, os toques feitos para baixo com a mão esquerda (direita para violonistas canhotos) são feitos desapertando os acordes, sem desmontá-los, nos tempos do compasso. Ou seja, eles devem soar abafados. Palhete só os bordões: mizão, Lá e Ré.

No entanto, as acentuações feitas nos contratempos são palhetadas para cima e pegam só as cordas primas (mizinha, Si e Sol). Logo, esse é o motivo pelo qual as pestanas são bastante usadas.

Por exemplo, o acorde de Mi maior feito com pestana (na 7ª casa) tem as cordas primas pressionadas, ao contrário desse mesmo acorde sem pestana.

Contudo, tão ou mais importante do que assimilar os ritmos e aprender as pestanas é compreender o que o reggae transmite.

Independentemente da batida, esse é um estilo musical que passa sensações de resistência, amor, paz e igualdade. Portanto, é preciso ter esses sentimentos para que, quando você toque um reggae, ele soe autêntico.

Agora, vamos ver como tocar cada uma das 10 variações do ritmo de reggae no violão. Bora lá?

Variação 1

Nada mais é que o ritmo de reggae que usamos de exemplo para nossa explicação de como é o fundamento rítmico da música jamaicana.

Os versos e o refrão da base da música Quero Ser Feliz Também, do Natiruts, usam exatamente essa variação.

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 x      x      x      x

Os toques com “x” são os que devem ser feitos nos bordões, desapertando os acordes. Contudo, nos outros, as palhetadas são para cima, pegando somente as cordas primas.

No entanto, repare que na introdução a acentuação do contratempo continua, embora a guitarra faça algumas palhetadas não abafadas entre elas.

Além disso, essa música tem apenas 3 acordes, todos com pestana. Confira nossa videoaula:

Variação 2

Depois que a variação 1 estiver assimilada, o passo seguinte para quem quer aprender como tocar reggae no violão é incrementá-la.

Assim sendo, a variação 2 acrescenta três toques abafados entre as acentuações. Eles também são feitos nos bordões, alternando a palhetada.

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xxx

A música Pisando Descalço, da banda Maneva, ilustra bem essa batida de reggae:

Variação 3

Um ritmo de reggae bem comum é o dessa variação. Seu diferencial é ter duas palhetadas para cima como acentuação nos contratempos.

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x        x       x       x

A música Pra Você, do Onze:20, é um exemplo dessa variação. Assista a mais uma videoaula:

Variação 4

Não tão comum, mas fácil de fazer e que soa muito bem é a variação 4. Ela acrescenta uma palhetada abafada para baixo, em relação à variação 3.

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xx        xx       xx        xx

Confira esse ritmo de reggae na música Legalize It, do Peter Tosh:

Variação 5

Esse ritmo de reggae é uma mistura das variações 1 e 3. Assim sendo, a primeira e a terceira acentuações são feitas com duas palhetadas para cima. No entanto, a segunda e a quarta são feitas com uma palhetada apenas.

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x        x      x       x

Um dos maiores sucessos do Cidade Negra, a música Firmamento, é tocada usando essa variação. Ouça:

Variação 6

Para tocar esse ritmo de reggae no violão, basta inverter a variação 5. Ou seja, a primeira e a terceira acentuações são feitas com uma palhetada para cima. Porém, a segunda e a quarta são feitas com duas palhetadas.

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x      x        x      x

Essa é a levada do clássico No Woman No Cry, de Bob Marley. Contudo, repare que quem faz essa acentuação na música é o chimbal.

No entanto, isso não impede quem está aprendendo a tocar reggae no violão de tirar essa música. Pelo contrário, a marcação do chimbal ajuda muito quem está pegando essa música nas seis cordas.

• Aprenda a tocar 16 cifras do Bob Marley

Variação 7

Essa é uma variação tranquila para quem está aprendendo como tocar reggae no violão. Assim sendo, o primeiro e o terceiro tempo do compasso não são tocados.

Entre eles, são tocadas três palhetadas, assim como entre o terceiro e o primeiro tempo. Ou seja, quando começa o próximo compasso.

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      x        x

O tracinho indica a pausa dos tempos 1 e 3. Essa batida é bem nítida na música Pra Ela, do Chimarruts:

Variação 8

Apesar de acrescentar apenas dois toques à variação 7, essa é uma batida de reggae bem complexa. Portanto, comece a treiná-la depois que você tiver dominado as anteriores.

Essa variação acrescenta uma batida com a palma da mão esquerda (direita para os canhotos) nas cordas no primeiro tempo do compasso. Além disso, temos uma palhetada abafada para baixo no terceiro tempo.

b  ↑↓↑  ↓  ↑↓↑
      x    x    x

A letra b indica a batida com a palma da mão. As acentuações continuam sendo feitas com palhetadas para cima.

Repare que esse ritmo de reggae é formado por duas células que se repetem. No entanto, a primeira começa com a batida da palma da mão, enquanto a segunda começa com uma palhetada para baixo, abafada.

A música Meu Abrigo, do Melim, usa essa levada:

Variação 9

O diferencial aqui é que a batida com a palma da mão é substituída por uma palhetada abafada para baixo.

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x    x    x    x

É o caso da batida de Oh Chuva, do Planta e Raiz:

Variação 10

As acentuações desse ritmo de reggae no violão são feitas com duas e três palhetadas, respectivamente. Além disso, nem todos os toques para baixo são abafados.

No entanto, eles continuam sendo feitos nos bordões, assim como as acentuações continuam sendo palhetadas nas cordas primas. Veja:

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x       x

Ouça essa variação do ritmo de reggae na versão acústica de A Novidade, do Gilberto Gil.

Agora que você aprendeu a tocar todas as variações da batida de reggae no violão, pode estar achando que já domina totalmente o estilo. Mas não é bem assim! Afinal, sempre há o que evoluir e melhorar na prática musical.

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