Dona de uma das vozes mais marcantes do país, Alcione acumula inconfundíveis produções no samba, que lhe renderam oito milhões de cópias vendidas. Mais do que isso, a cantora, compositora e multi-instrumentista tornou-se símbolo das histórias de amor de muitos, sendo porta-voz de uma geração. Mas quem é Alcione?

Marrom, Rainha do Samba, Voz do Samba… não importa. Alcione se consagrou como intérprete de música popular brasileira ao longo de décadas de carreira, colecionando hits, premiações e honrarias.

Ela é a aniversariante do mês e, devido a isso, listamos alguns fatos marcantes de sua vida e carreira para celebrarmos juntos. Venha com a gente!

Quem é Alcione e qual a sua história?

Alcione Dias Nazareth nasceu em São Luís, no Maranhão. Assim, seu nome parte da inspiração em Alcíone, personagem principal do romance espírita Renúncia.

A quarta de nove irmãos, teve contato com a música desde pequena, pois seu pai era integrante da banda da Polícia Militar do Maranhão. Além disso, ele foi professor de música e a ensinou não só riquezas culturais, mas também a tocar trompete e clarinete (isso aos nove anos). Já aos 12, fez sua primeira apresentação sozinha!

Em seguida, ela passou a tocar e cantar em festas de familiares e amigos e também em eventos populares. Entretanto, sua mãe ansiava que aprendesse a tocar piano ou acordeão, pois acreditava-se na época que instrumentos de sopro causavam tuberculose.

Também aos 12 anos, Alcione se apresentou junto à Orquestra Jazz Guarani, regida por seu pai. Assim, entoou Pombinha Branca e Ai, Mouraria. Foi aqui que o apelido Marrom surgiu, pois ela era chamada assim pelos integrantes da orquestra.

Aos 18, formou-se como professora e chegou a lecionar português por um tempo. No entanto, foi demitida por ensinar trompete aos seus alunos.

Então, resolveu se dedicar de maneira mais intensa à música, cantando em bares e boates do Maranhão, além de comandar um programa de TV local.

Mas o sonho falou mais alto, e, em 1972, Marrom se mudou para o Rio, levando consigo o trompete e todo o seu talento.

A entrada do samba na vida de Alcione

Uma das curiosidades sobre Alcione é que, ao chegar na nova cidade, se apresentou em bares e boates locais. Além disso, passou a concorrer em programa de calouros, vencendo eliminatórias.

Ao mesmo tempo que participava do programa A Grande Chance, se inscreveu para um teste de voz na TV Excelsior, selando seu primeiro contrato profissional.

Como resultado disso, foi convidada para turnês internacionais, cantando nos palcos pela América Latina e até na Europa! Após a turnê de dois anos, a cantora retornou ao Brasil com certo sucesso já estabelecido.

Nesse contexto, em 1975, Alcione lançou seu primeiro álbum, A Voz do Samba, com sucessos memoráveis, como Faz uma Loucura Por Mim. Ainda em 74, ela visitou a quadra da Mangueira e foi convidada a desfilar pela escola de samba. A partir daí, sua relação com o samba não parou mais.

Nesse sentido, ela foi destaque da escola no mesmo ano, mas também celebrada por outras ao longo da vida. Dessa forma, foi homenageada pelas escolas:

• Independentes de Cordovil, em 1989, com o enredo “Marrom som Brasil”;
• Unidos da Ponte, ao som de “Marrom da Cor do Samba”;
• Mocidade, que celebrou seus 45 anos de carreira e 70 anos de vida, com a canção “A voz marrom que não deixa o samba morrer”.

Essa última claro, uma referência ao sucesso Não Deixe O Samba Morrer.

Além dos desfiles que honram sua história, Alcione performou exaltações para diversas escolas, como Mangueira, Mocidade, Imperatriz Leopoldinense e Portela.

Qual a contribuição de Alcione para a música?

Alcione representou o Brasil em premiações importantes – por exemplo, o Grammy Latino, onde venceu a categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode em 2003.

Mas a biografia de Alcione vai além. Ela é vencedora do Press Awards, Academie Arts Science Lettres e recebeu homenagem no Women’s Music Events Awards.

Para completar, a cantora fundou, ao lado de Clara Nunes, Martinho da Vila e Dona Ivone Lara, o Clube do Samba. Mais do que isso, é fundadora da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã, levando o ritmo às crianças brasileiras e também refugiadas.

A contribuição de Alcione para a música está mesmo na inspiração de sua arte para as novas gerações. Exemplos disso são as parcerias ao lado de Iza: primeiramente, no Rock in Rio de 2019 e a posterior regravação de Chain Of Fools.

Além disso, os versos do clássico A Loba foram performados por Gloria Groove e Juliette, levando suas letras à nova geração.

Alcione canta suas músicas da perspectiva do amor, eternizado em sucessos como Depois do Prazer, Você Me Vira a Cabeça, Meu Vício É Você e outros. Nesse sentido, reflete amores não correspondidos e solidão em suas letras.

Somado a isso, a artista ganhou 26 Discos de Ouro, sete de Platina, dois de Platina Duplo, três DVDs de Ouro e um de Platina.

O primeiro deles foi com o LP Pra Que Chorar, que tem em suas faixas Tambor de Criola, uma celebração à cultura maranhense.

Agora que você conheceu essas curiosidades sobre Alcione e sua relevância para a música nacional, nada melhor do que compartilhar este post com a galera! Dessa forma, nós espalhamos o legado da Marrom a mais pessoas e celebramos juntos a trajetória singular da Rainha do Samba!