O sol vermelho anunciando a estação A asa branca foi embora, é verão O chão rachado nos confins do meu sertão A triste seca é o fim da plantação A triste seca é o fim da plantação Velhos calçados do bom tempo que se foi A velha casa, o velho carro de boi Um par de botas do meu finado avô E na varanda um pé de planta que secou E na varanda um pé de planta que secou O sol vermelho anunciando a estação A asa branca foi embora, é verão O chão rachado nos confins do meu sertão A triste seca é o fim da plantação A triste seca é o fim da plantação Escuto o pranto do urubu a praguejar Que morra o boi pra eu poder me alimentar E mais distante um galo canta sem cessar O seu lamento vai até o sol raiar O seu lamento vai até o sol raiar O sol vermelho anunciando a estação A asa branca foi embora, é verão O chão rachado nos confins do meu sertão A triste seca é o fim da plantação A triste seca é o fim da plantação O dia nasce e a esperança é em vão Todos os bichos ficam tristes e então Não cai a chuva, dá vontade de chorar Pego a viola e começo a rimar Pego a viola e começo a rimar O sol vermelho anunciando a estação A asa branca foi embora, é verão O chão rachado nos confins do meu sertão A triste seca é o fim da plantação A triste seca é o fim da plantação Passa o tempo, o tempo passa, passará O sertanejo sempre triste a pensar Minha família, óh meu deus, como será? São quinze filhos que eu tenho pra cuidar São quinze filhos que eu tenho pra cuidar O sol vermelho anunciando a estação A asa branca foi embora, é verão O chão rachado nos confins do meu sertão A triste seca é o fim da plantação A triste seca é o fim da plantação