Eu gosto da chuva forte Tenho medo é de garoa Eu prefiro o voo livre Que o balanço da canoa Já fui a favor do contra O que combina não destoa Depois do choro inundado Vem uma alegria boa Se a Lua não clareia Não perco o rumo da proa Se não sei onde é meu norte Nenhum risco é à toa O incerto é a delícia Pra quem dele se afeiçoa Desventura é rima rica Que a poesia abençoa Onde é meu sim (eô!) Não é o fim (eô!) É o começo pra você E vai assim (eô!) Até o fim (eô!) Que não dá pra se ver O sem jeito se ajeita Vale pra qualquer pessoa Dia a dia é teimosia Que no fim se aperfeiçoa De surpresa e desencanto Meu coração se amontoa Onde a gente faz deserto A gente mesmo repovoa