Amaldiçoe-me, Pai, pois eu preciso pecar

Quatro séculos nesta maldita imortalidade
Mas eu não pedi pra ser criado, por quê?
Eu jamais irei sentir novamente o sol sobre o meu rosto
Ou o conforto de uma sepultura
Eu não estou vivo e eu não estou morto
Este é o Inferno na Terra

Como eu posso explicar esta juventude eterna?
Quando eu não posso fazer nada, além de observar
Enquanto meus amores envelhecem e murcham
E com cada um deles, deixo uma parte do meu coração
E prolongo esse Inverno interminável
É a agonia eterna de outubro
É o reino das Sombras

Pai, por favor perdoe-o
Pois ele não sabe o que fazer

A cada vítima eu rezo pela minha própria morte
E apesar de eu amar a noite
Eu amaldiçôo o misterioso resplandecer da Lua
Esta sede de sangue que me arrasta para o sempre
Os raios tóxicos do amanhecer que me condenam ao Limbo
Eu sou forçado a habitar na Penumbra de Outono
Eu estou suspenso nas Trevas

Pai, por favor perdoe-o
Pois ele não sabe o que fazer
Pai, por favor perdoe-o
Pois ele não sabe o que fazer