S = k log W O Big Bang foi o Bang de um tiro No ouvido de Deus As supernovas são células mortas Na escuridão da necrose Nessa imensa maquete mal-ajambrada Nada aponta pro norte E nós tentamos aplacar o terror Chacoalhando ossos quebrados? E eu que sou o equívoco horrendo de um segundo Uma hecatombe no silêncio dos mundos Grito da cruz o seu destino A escolha entre o ódio e o suicídio Elétrons, prótons, nêutrons e malevolência Adão sobreviveu a um aborto Nós herdamos os seus gritos E agora não pega bem admitir A dissolução na entropia Em um mundo infestado de piolhos É duro não coçar as feridas Sem aquela panca de sapiens livre Mastigando arames farpados? E eu que sou um equívoco horrendo de um segundo Uma pandemia para todos os números Exponho o cadáver glorioso A revelação de um Deus decomposto Entretenham-se Em seu planeta estéril Patéticos Nós rezamos do inferno Recomponham-se Com sua velha Vontade Meus Ridículos Finitos só a dor É de verdade Nós nos vendemos, nós nos prostituímos Abrimos nossas pernas pela esmola de um sentido Nós nos vendemos, nós nos prostituímos Vendemos nossas almas pela merda de um sentido Elétrons, prótons, nêutrons e malevolência O meu coração é um buraco negro Sugando a luz no espaço-tempo Rebelião dum átomo ao Cosmo Um disparo frio e sem propósito Pesadelo estruturado em carbono No cadáver do Absoluto permaneceremos mortos Meu corpo, morto, dissipado, no espaço Apague a última vela. Colida com a última estrela Oh, sweet collision, in the Eternal Oblivion