Tenho águas barrentas Águas morenas e cristalinas Um santuário de amor Que nos traz a certeza do amanhã Filhas da natureza Por onde passam semeiam a vida A Amazônia é um templo sagrado Que abriga esse ouro de raro valor Em paranás, lagos, furos em rios ou igarapés Preciosidade do futuro Patrimônio do povo Baré Água doce de beber que nos leva o peixe de comer Poderá se esgotar Não polua quem te faz viver Brotam das cachoeiras O dos degelos das cordilheiras São lágrimas da lua Onde ainda nua vem se banhar Berço dos tambaquis Dos pirarucus e tucunarés Levam capim ao peixe boi Lá vai piracema já vai germinar É preservando que teremos Nosso sustento garantido Já que a Amazônia em que vivemos Reflete a memória de um povo esquecido Se o futuro a paisagem será a disputa Por gostas divinas Curupira então nós seremos Na luta em defesa da vida A águas