Êo, êo, Munduruku, Munduruku Êo, êo, Munduruku, Munduruku Êo, êo, Munduruku, Munduruku Êo, êo, Munduruku, Munduruku No alvorecer dos tempos A mão divina de Karú-Sacaibê Criou a beleza maior, Amazônia E com ela o primeiro homem, Rairú As águas e as árvores E o paraíso da Terra Mundurukânia, Mundurukânia Mundurukânia, Amazônia Amazônia Rairú ao sentir o frio e a solidão Clamou ao seu criador Que lhe deu o fogo O fogo que afastou o frio e a escuridão Mas não trouxe o povo, sua gente Esquecido no centro da Terra Povo desobediente A primeira geração Mundurukânia, Mundurukânia Mundurukânia, Amazônia Amazônia Mas lhe deu o algodão em rama Para fazer a corda, descer a trama E falou o criador, vai ao umbigo da Terra Na mais distante serra E no ventre do mundo Procura no vento frio Entre teias placentárias Encontrarás todos os animais Yukatã, tua mulher e teus irmãos Munduruku Universo indígena, solidão nunca mais Mundurukânia, Mundurukânia Mundurukânia, Amazônia Amazônia