Tenho meu cavalo preto por nome de Ventania Um laço de doze braças do couro de uma novilha Tenho um cachorro bragado, que é pra minha companhia Sou um caboclo folgado, pois eu não tenho família No lombo do meu cavalo, eu viajo o dia inteiro Vou de um estado pra outro e não tenho paradeiro Quem quiser ser meu patrão, me ofereça mais dinheiro Eu sou muito conhecido por este Brasil inteiro Tenho uma capa gaúcha que troquei num boi carreiro Tenho dois pelegos grandes, que é pura lã de carneiro Um me serve de colchão e outro de travesseiro Com minha capa gaúcha eu me cubro o corpo inteiro Adeus, que eu já vou partindo, vou pousar noutra cidade Depois de amanhã, bem cedo, quero estar em Piedade Deus me deu este destino e muita felicidade Onde eu passo com meu Preto deixo um rastro de saudade