Quem não conhece o anoitecer lá na roça Da porta de uma paioça, vendo a mata escurecê A Lua cheia vem lá por trás do cerrado Espiando o namorado, procurando se escondê Quem não escuita o galo rei do terreiro Ele canta no puleiro, vendo o dia clareá Os camarada põem a cana pra moenda O carreiro da fazenda sai pra roça carria Quem não conhece uma cabocla bonita Com seu vestido de chita, numa noite de São João Quem não conhece um regato soluçando Um monjolo que maiando, no peito da solidão A Lua bate no seio virge da serra Que enfeita o corpo da terra que a natureza tem A poesia que nasceu do seresteiro Deste sertão brasileiro, Deus foi caboclo também