Deus não quer nem saber se tá de terno ou de bombeta igual mano Igreja é hospital pra doente, não é museu pra santo Então essa é a hora de buscar uma melhora, irmão Pra pedir perdão não tem que ser forte que nem Sansão Não tem que ter a fé de Jó Nem ser sábio igual Salomão pra Deus aceitar você Não tem que ser (rei, rei) igual foi Davi Mas tem que saber que o Deus que promete vai cumprir E Ele é capaz de mudar vidas da água pro vinho Em meio ao caos, lamaçal, te indica o melhor caminho E não te abandona nunca, apesar de não aparecer Ta no barraco, no hospital, na cadeia junto de você Desempregado, pensando em suicídio No balcão de um boteco tomando uma cheia ou de quebrada acendendo o cachimbo A caminho do tribunal aguardando a condenação. Seu sofrimento é o sofrimento de Deus, não esquece não É o Deus de Isaac, Jacó, o Deus de Abraão É o mesmo Deus do noia, do alcoólatra e do ladrão É o meu Deus (amém), é o seu Deus (amém) É o Deus do preto, do branco, do rico e do pobre também No sofrimento do idoso abandonado no asilo, Deus tá Nos momentos de aflição, agonia, melhor amigo não há Nas casas de recuperação, Deus faz milagre Transforma alcoólatra em ex-alcoólatra, noia em ex-noia E você me diz: "Acho que Deus esqueceu de mim, Thiagão. Vivo e faço tanta maldade que já não tenho mais salvação" Assim como você eu também pensava que Deus não queria nada comigo Que Ele não olhava pra mim, que me considerava um caso perdido Mas Ele olhava pra mim assim como Ele olha pra você Drogado, algemado, chapado, do jeito que vier Ele vai te querer Não vai resistir se o seu pedido de perdão for verdadeiro Morto para o mundo, nascido de novo, para a tropa de Cristo mais um guerreiro Cheio de tatuagem, de boné, do jeito que tiver Em Moçambique, pés descalços dão uma aula de fé O interior tem que ser mudado Exterior é só capa Retire a capa de um livro, o conteúdo continua nas páginas É o Deus de Isaac, Jacó, o Deus de Abraão É o mesmo Deus do noia, do alcoólatra e do ladrão É o meu Deus (amém), é o seu Deus (amém) É o Deus do preto, do branco, do rico e do pobre também Irmão, que maravilhoso esse Deus que me aceitou Cheio de defeito e maldade no coração me perdoou Ele sempre me amou e eu também sempre o amei Mas só amei da boca pra fora, nunca me sacrifiquei Nunca abri mão de nada pra agradar o Senhor Crime, cachaça, balada, só dei desgosto mais Ele esperou Demorou mas hoje tô aqui de joelho diante de Ti Para honrar, glorificar aquele que nunca esqueceu de mim De ressaca (nunca esqueceu) Na cadeia (nunca esqueceu) Na cena do louco com arma na cinta nunca esqueceu mas sei que sofreu Toda vez que eu prometia que ia mudar e não cumpria Você, aí de cima, chorava enquanto eu sorria, me divertia Famoso, várias viagens, vários convites, vários amigos Agenda cheia, vida vazia, me sentindo perdido, sozinho Eis que um dia alguém bate na porta do meu coração, eu deixo entrar Minha parte eu fiz, abri a porta Agora é com Deus, deixa Ele operar É o Deus de Isaac, Jacó, o Deus de Abraão É o mesmo Deus do noia, do alcoólatra e do ladrão É o meu Deus (amém), é o seu Deus (amém) É o Deus do preto, do branco, do rico e do pobre também Deus de Abraão É o meu Deus (amém), é o seu Deus (amém)