Às vezes as palavras que deveriam ser ditas naquele tempo Não foram, e foi-se embora o momento E às vezes o aperto é o que fica, quando o laço folga um pouco E a ferida sopra notas ao vento Tua canção preferida seria a mesma Que a minha senão me lembrasse aquele sofrimento Se você não tá aqui, eu quero fugir pra longe de tudo e dos meus pensamentos Esse som me lembra e eu tento andar na linha, mas é difícil, eu tento Nessa corda bamba, a queda é um toque ameno Nesse chão de vidro, o corte não é isento, não, não Queria te ver mais uma vez Como se fosse a última vez Como da última vez Mas faria diferente dessa vez Diferente de tudo que um dia meu eu fez Tudo que eu quis, tudo que eu tinha aqui Tudo que eu fiz, tudo que eu tinha Me vi, te vi, senti aquilo que eu sempre escondi Te ver e me ver me fez entender que não deveria ser assim As flores destoando do jardim Risos pisados aos prantos Se sementes são lançadas cabe a mim regar, colher ou fingir que não vi Não dá pra enxergar o rosto que se escondeu Nas memórias o luar revela olhos de breu No íntimo uma canção que descreve os erros meus Escritos nessa prisão, cantando o que se perdeu E quando ouvir o vento soprar Você diria mais, se soubesse que amanhã não poderia dizer? E abraçaria mais, se soubesse que hoje é o último dia pra você? Você faria mais, se soubesse que tem pouco tempo para fazer? E amaria mais, se hoje fosse o último dia para amar e ser Para amar e ser você? Quanto tempo faz que estou aqui? Eu já nem sei mais o que sentir Um pouco de paz nas notas me dizem que não, não é o fim