Odoyá, epahey, Iêiêô Saluba Yá ê mamãe, ê Yá, ê Yá A Asa Norte destina a tua sorte Na proteção de Yabá Sou eu! Eterna ébano de África Sou eu, sou eu! Seio da vida em dádiva Entrego a minha voz à eloquente valentia Verbo que desafia o algoz Herdeira da espada feminina Negreiro mar, Nem a escrava chegança Onde a chibata canta, poderá me acorrentar No ventre, dinastia, realeza Pele preta brasileira és a guerreira do povo que vem de lá Sou o pranto do tumbeiro Rebeldia de uma raça Oceano inteiro, o destino na cabaça Ventania em liberdade A chama acesa no breu Oi gira a saia, girou, Axé sou eu Do batuque dos tantãs ô Tambor de tamarineira êe laia Rendas e balangandãs Senhoras dos amanhãs Preta Veia rezadeira Os acordes da magia no xirê de Olodumarê A força do orixá, o dom de sobreviver Na luz de Ciata, Dandara, esperança Soares por Elza a nossa herança Por nós, Marielles, Benguelas É quilombo, é favela, salve elas