Ódio
eu odeio o passado

eu não posso ver nada, tudo que vejo sou eu
é claro o bastante
e é isso que é importante, me ver

meus olhos podem focar
meu cérebro está falando
parece bom pra mim
minha cabeça está no lugar, minha namorada é linda
parece bom pra mim

às vezes eu falo
essa noite não há nada a dizer
às vezes enlouquecemos
e rimos o dia todo

segure essas páginas na luz
veja o canivete dentro do sonho
uma estrada de ferro funciona através das lojas de discos à noite
entrando num frio profundo

Mary: uma palavra simples, você está aí no país?
seus olhos tão cheios, sua cabeça tão apertada
você pode me ouvir?
lembra da nossa conversa
aquele dia no telefone?
eu era a porta, você era a estação
com vidro quebrado e milhas entre nós
nós ainda voamos na conversa

meu copo está cheio, e eu me sinto ok
o mundo é maçante, mas não hoje

ela pensa que é uma deusa
ela disse que fala com espíritos
eu imagino se ela pode falar com si mesma
se ela aguenta ouvir?

essa é a viagem de Eric
todos nós viemos pra ver ele escorregar
ele está escorregando todo o caminho pro Texas
você consegue cavar?

(Eric diz "o céu é azul...")
eu vejo com um olho de vidro
a vista de cimento
uma sombra se formando, entre os campos
de mim pra voce

nós rasgamos para baixo o mundo, e pusemos acima quatro paredes
eu respiro no mito
estou pela cidade, fodendo o futuro
estou chapado e dentro seu beijo

não podemos ver claramente
mas o que vemos está certo
nós maquiamos o que não podemos ouvir
e então cantamos a noite toda

as páginas dispersas e as luzes quebradas
um canivete e um sonho
tem algo chegando perto está a direita
como algo que eu nunca vi