Será que um dia, alguém há de abraçar
Um futuro tão risonho como eu planeei
Onde os sonhos são poemas
E as palavras são esquemas
De virtudes e vontades de um rei
Quis em miúdo, o mundo conquistar
Com projetos loucos que nunca revelei
Tempos de pura dedicação
E de inocência no perdão
Com incógnitas que jamais decifrei
Sentir a música?
Era pura energia que nos inspirava
E consumia na plenitude
Porque sabíamos de verdade
Que as letras eram liberdade
E o que valia era a genialidade
Do sentido, bem exprimido e desenvolvido
Que nos tocava sem sequer nos tocar
Porque a mais bela sensação
Trazia sempre a impressão
Que a vida era mesmo boa de se levar
Sabia tão bem
Os passeios noturnos na avenida
Aquela velha música esquecida
O basquetebol com bolas de papel
Sonhos com Paris e com a Torre Eiffel
Vejo gente que só anseia pelos 18
Porque acredita que a sua vida vá mudar
Só porque deixam de ter regras
Mas não abdicam das boêmias
Que os pais estão constantemente a suportar
Tornam-se adultos, mas não sabem resolver
Os problemas que a vida tem pra oferecer
Porque é mais fácil aguardar
Ou passar a vida a evitar
Na tentativa de com o tempo fazer esquecer
Por isso o mundo não inspira confiança
Onde discursos são medidos tipo balança
Hoje é mais fácil incomodar a vizinhança
Do que tirar o brinquedo a uma criança
Sabia tão bem
Os passeios noturnos na avenida
Aquela velha música esquecida
O basquetebol com bolas de papel
Sonhos com Paris e com a Torre Eiffel
Fazem me querer voltar
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