Pai. Sai de dentro da moldura Desta janela tão fria Tenho andado a tua procura Além das fotografias Pai. Deixaste a tua presença Nestas paredes tão altas Pendurada, nas lembranças Que ainda choram tua falta Pai. Ainda encilho dois cavalos Um deles, tua montaria Me acompanha lado a lado Recorrendo a gadaria Pai. A estância permanece Com suas cercas e cancelas Mas meu coração padece Tua ausência, dentro delas Pai. Duas esporas de prata Andam perdidas nas botas Teu cinturão com guaiaca Sem cintura, atrás da porta Pai. Teu chapéu aba larga Já não desafia o tempo O teu laço doze braças Não voa mais contra o vento