Não venho de muito perto E pra bem longe é que vou Eu chego quando anoitece Quando amanhece não estou Quem tem lado é boi de canga E alpargata é quem não tem Às vez eu tenho de sobra E volta e meia eu ando sem Pras manhãs de lida e Sol Rodeio parado a grito E pras tardes de garoa Café preto e bolo frito Folcoreando, folcloreando Chacarereando pras moça E tirando cósca de potro Errei um pealo certeiro Botei a culpa no laço Depois d'uma noite bailando Fazendo força no braço Eu tenho um poncho de napa E um par de bota de goma Pra "domá" em dia de chuva Porque potreiro não doma Te trago minha saudade Meu zóinho de coruja E uma mala de garupa Pesada de roupa suja Quando eu morrer, façam farra Não quero ninguém chorando Pra que eu siga, tempo adentro Folcloreando, flocloreando