Pra matar tanta saudade no velho peito cravado Me ferindo igual uma flecha Flecha bem envenenada Tantos anos já passaram, mas pra mim não mudou nada Resolvi então dar fim Nesta saudade malvada Eu peguei a velha rede, a baldrana desbotada O chapéu e o meu laço e a bota sanfonada A velha calça de brim, joias que trago guardada Coloquei no porta mala e saí de madrugada Nas margens do Rio do Peixe, na encosta da estrada Na sombra de um angiqueiro, ali fiz minha parada As aves cantavam em coro, voavam em revoada Parece que elas diziam que o velho peão voltava Ao lado eu avistei restos da velha morada No chão uma tabua velha e uma placa desbotada Eu fui prestando atenção e nela eu vi gravada Quando li a descrição: Velho pouso de boiada Restaurei a velha placa e deixei no chão fincada Ergui uma capelinha velho pouso de boiada Com nome dos companheiros que ficaram de arribada Dali eu saí chorando, oi que saudade danada