Era tropeiro bom de laço e domador
Peão de estância, esquilador e alambrador
Porém achou que lhe faltava liberdade
Tirou a pilcha e se borneou para cidade
Chegando lá, não encontrou colocação
Não tinha vaga pro seu ofício de peão
Quebrou a cara mas não quis voltar atrás
Lembra do campo e sente a falta que lhe faz
Mas, peão campeiro...
Põe o pala e bate as asas
Monta num trem e volte à trote para casa
Que a liberdade é um cavalo em campo aberto
Prá quem volta o tempo voa, o longe é perto
Se arremangou e para não cair de fome
Hoje é ginete de cidade e doma andaimes
Mas quase morre de saudade e desconsolo
Pois pelas obras é tropeiro de tijolo
E na janela num barraco de favela
Mateia triste sobre a xucra luz da vela
Então se lembra do seu rancho e do galpão
E passa as noites gineteando o coração
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