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Estendeu seu poncho, Tarumã das sombras
Pra corpear a tormenta das chuvas de agosto
Mas suas raízes de garras na terra
Não foram tão fortes pra um vento imposto
Por ser boa a terra ganhou seus limites
De semente miúda a copa e raízes
Mas perdeu seu ímpeto de guerreiro nobre
Quando sua garra forjou cicatrizes
Perdeu a imponência Tarumã das sombras
Galhos, troncos, folhas em outro sentido
Quem saiu da terra retornou pra ela
Um taura em combate que fora vencido
Legendário é o tempo que copou suas frontes
Por entre os invernos que passei aqui
Abrigo de tropa pousada de andantes
Dá uma tristeza hoje olhar pra ti
Quero ver agora nessas ressolanas
Nas soalheiras bravas que o dezembro estampa
Descansar cavalos estender pelegos
Com mesmo sossego de sombras pras pampas
Vai ser alimento a boca dos machados
Desgalhar sua copa repartir seu cerno
Já não vai ser sombra, vai ser lenha boa
Pra eu corpear os ventos do próximo inverno
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