Me acorda, me sacode Devo estar tendo um pesadelo E daquele dos piores Por favor, não façam crer, não pode ser verdade Ela não foi embora Espero tudo dessa vida Mas não estou preparado pra viver sem ela É tudo tão fatal, tão mal, tão desigual Muito embora sendo um sonho Essas coisas me lembraram Dos momentos que eu te amei Que outros ventos espalharam Por caminhos que eu nem sei O que guardei e acumulei E o tanto que eu te dei E quando, transbordando ansiedade Mergulhando na saudade Fiz de conta que te via e te abraçava e te queria E que aos poucos te perdia E eu não queria te perder Sonhando, vendo as coisas divididas Me agarrando a salva-vidas Fiz de conta que segui Atravessando a calmaria Tempestades eu vencia Pra esse amor sobreviver Sua sombra passeando Pela minha escuridão Eu, deitado te esperando Soluçando a minha solidão Querendo, em vão, seu coração E já não o tenho à mão E quando as minhas mãos em meus apelos Procuravam seus cabelos Não achavam, não amavam E se afogavam em pesadelos Te acenando, te chamando E te querendo completar Sonhando, noite atento tão perdido Vendo tudo dividido, tudo se desmoronando Como um pássaro ferido Que podia estar voando E não consegue mais voar Me acorda, me sacode Me consola em teu calor Diz que a solidão não pode Impedir, jamais, o nosso amor De vir a ser e acontecer De nos fazer viver