Poesia da natureza
Embalsamada de olores
Ornamentada de flores
Que os meus encantos resume
Poema de singeleza
Esplendente e delicada
Como raios de alvorada
Cheia de luz e perfume!
Suavidade e doçura
Das rosas, das margaridas
Das lindas sebes floridas
Nos dias primaveris
Radiosidade e frescura
Fragrâncias, amenidade
Aromas, alacridade
Dos cenários pastoris!
As cotovias cantando
As ovelhinhas balindo
As criancinhas sorrindo
Na alegria das manhãs
Jovens felizes amando
Entre arroubos de ternura
Caridosa ventura
No abril das almas irmãs
Belezas de canto agreste
Nas urzes da terra escura
Tão cheia de desventura
Entretanto, imaginai
A natureza celeste
Longe da terra sombria
Na glória do eterno dia
Do reino de nosso pai
Ó terra, quanto eu quisera
Unir-te toda à poesia
À mesma santa harmonia
Que te prende à luz dos céus
Nessa mesma primavera
Dos rutilantes espaços
Em que me sinto nos braços
Do amor sagrado de Deus
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