Seu nome era Maíra antes dela aceitar Ir com o cara com olhos da cor do luar Tinha dois metros e trinta e não sabia falar Se comunicava só pelo pensar A família a garota teve que deixar E de tempos em tempos ia a visitar Cortou o cabelo e vestiu uma armadura Viveria mil anos sem nenhuma ruga Após os rituais foi chamada de Lyra Pela voz bonita que passou a apresentar Ganhou um selo na testa e fez a promessa De guardar quem viesse a precisar E Lyra enlouqueceu antes de entender Que nem todo mundo iria converter Eles vão retornar no seu devido tempo Seguiu assim com esse pensamento Aprendeu Sobre o que a humanidade lhe escondeu Que somos todos pedaços de Deus Visitou Outros mundos e notou O mais alto nível de amor Chorou no canto Ainda era um ser humano Apesar de viver como anjo Por fim, ela sorriu E jamais desistiu Pois era uma dos cento E quarenta e quatro mil Acompanha almas em cultos e baladas Atende orações em casas ou estradas Limpa e transforma formas-pensamentos E como passatempo admira o firmamento Na cidade dos anjos não existe noite Todos são alunos e professores Iniciantes de verde e ascensos de dourado E os anciãos escolhem os enamorados Pelos serviços prestados Lyra fora escolhida Como companheira de um formoso Caliel Vestes brancas, seus cabelos cresciam E seus filhos nasceriam conhecendo o Céu Nasciam adolescentes após a gestação E viam os humanos como seus irmãos O jogo luz e sombra passaram a jogar Na terra um dia vamos todos morar Aprenderam Sobre o que os homens esqueceram E a conexão jamais perderam Visitaram O jardim do Éden e notaram Muitos só precisam de um abraço Falavam pelos cantos Como queriam ser humanos Apesar de serem anjos Vieram pra Terra E encarnaram no Brasil Eles eram os cento E quarenta e quatro mil Afinal