Te vejo ainda de cabelo grande
A casa cheia de bagas espalhadas
A boca farta de calar
Olhos vermelhos procurando afetos
Com receios de pedir a mão
E ganhar porrada ao invés de pão
Ninguém te conhece tanto quanto você
Indignado com tanto desprezo
Nesse medo de te amar
Medo de te amar
Ninguém sorriu quando te viu passar
Indignados com tantos defeitos
A boca o gosto de falar
Lá fora a vida passa sem te ver
E nada mais tem graça pra você
Caminhos já não tem pra onde levar
Teu medo de viver sem reclamar
Te vejo ainda vaguear na noite
O tempo passa e você não passou
Mesmo medo de cantar, medo de cantar
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