De querer o que não podia ter Pus estrela no céu com poesia Com metáfora fiz a alegria De beijo a saudade de inferno Foi com corda de viola que fiz as linhas do meu caderno Foi com corda de viola que fiz as linhas do meu caderno Inventei parafuso para as porcas Procurei outras vias, outras portas Pra ter a beleza menos torta Das coisas que eu nunca queria ver E a beleza menos morta da vida Quando encontrei você De querer o que não podia ter Vi a vida passando que nem raio Embaralhei as cartas do baralho Pra servir com meus truques de menino Veio a arte e entrou no meu destino Só pra me desnudar, tirar meu terno Foi com corda de viola que fiz as linhas do meu caderno Foi com corda de viola que fiz as linhas do meu caderno Eu canto, eu salto, eu choro Não tô de salto alto, não Tô farto de fatos e fotos Fogos sem direção Falo alto, fato feito, de pé no chão Descalço, calça na mão Não danço calado Danço sempre do lado Da ala do coração