Nessas tardes de invernia
Meu coração abre as asas
E voa de volta às casas
Atrás de tantas lembranças
Lá onde a minha infância
Ainda queima suas brasas
Lembro meu pai junto ao fogo
Mateando nas madrugadas
Lembro das sestas passado
Jogando bola de meia
Qual é o guri que sesteia
Se a vida ainda é tão clara?
Céu pedreiro, chuva e vento
Nos diziam os avós
Lembranças vivas na voz
Que aponta rumos e trilhos
A mesma que um dia os filhos
Por certo ouvirão de nós
Cruz de sal contra a tormenta
Contra os males, benzedura
Luz no campo em noite escura
Seguro que é boitatá
Menino não chora mais
Que a reza nos assegura
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