Corre um boato aqui donde eu moro Que as mágoas que eu choro São mal ponteadas Que no capim mascado do meu boi A baba sempre foi Santa e purificada Diz que eu rumino desde menininho Fraco e mirradinho A ração da estrada Vou mastigando o mundo e ruminando E assim vou tocando Essa vida marvada É que a viola fala alto no meu peito humano E toda moda é um remédio pro meu desengano É que a viola fala alto no meu peito, mano E toda magoa é um mistério fora desse plano Pra todo aquele que só fala que eu não sei viver Chega lá em casa pra uma visitinha Que no verso ou no reverso da vida inteirinha Há de encontrar-me num cateretê O amor de primavera Não termina no verão No outono ele floresce No inverno é só paixão Eu pensei que fosse fácil Esquecer aquele amor Mais quando veio a saudade Foi demais a minha dor Quando veio a saudade Foi demais a minha dor Coração que sai vencido Quase sempre tem razão E a razão que sempre vence Nunca teve coração O amor é como um dia É a luz na escuridão Traz de volta a alegria Onde existe solidão Traz de volta A alegria, onde existe solidão