Precisa ter muita garra Pra aguentar meu rojão Ser filho lá do nordeste Ter sangue de Lampião Romeiro de São Francisco E do Padre Cícero Romão Romeiro de São Francisco E do Padre Cícero Romão Eu me criei no sertão Vendo festa de arraial Cresci derrubando touro E montando em animal Batendo em bezerro ataca Levando esfrega de vaca Na porteira de curral Batendo em bezerro ataca Levando esfrega de vaca Na porteira de curral Já botei canga em boi manso E já cambitei madeira Puxei cana pra o engenho Já arranquei macaxeira Batata doce e inhame Já fiz cerca de arame Também rocei capoeira Batata doce e inhame Já fiz cerca de arame Também rocei capoeira Já levei queda de jegue E de burro saltador Lacei cavalo velhaco Correndo no peiador Cavei tatú de enxada Já matei porco queixada E caititu brigador Cavei tatú de enxada Já matei porco queixada E caititu brigador Já raspei mandioca Tangi burro em bolandeira Torei farinha no forno Já tirei manipueira Mas a coisa mais bacana Foi namorar a serrana No balanço da peneira Mas a coisa mais bacana Foi namorar a serrana No balanço da peneira Fui festa puxado a fole Toque de pito e rabeca No sertão já fiz de tudo Já joguei até peteca Peguei piaba em garrafa Também pesquei de tarrafa Fiz caçada de marreca Peguei piaba em garrafa Também pesquei de tarrafa Fiz caçada de marreca Eu já botei máscara em touro Já puxei boi no morão Já dei aboio bonito Em festa de apartação Também já fui bom de gente Dei surra em cabra valente Bajulador de patrão Também já fui bom de gente Dei surra em cabra valente Bajulador de patrão Já dancei muito em folia Já acompanhei noivado Já brinquei bumba meu boi Já fui careta afamado Já fiz toda gerigonça Esperei veado e onça Passando a noite acordado Já fiz toda gerigonça Esperei veado e onça Passando a noite acordado No sertão já fiz de tudo Fui lavrador fui vaqueiro Fui contador de história Sou poeta violeiro De nada estou reclamando Porque terminei casando Com a filha de fazendeiro De nada estou reclamando Porque terminei casando Com a filha de fazendeiro Ofereço esta toada Ao meu sertão brasileiro Recordação de um caboclo Que correu no tabuleiro Hoje só resta lembrança Do meu tempo de criança Da sombra de um juazeiro Hoje só resta lembrança Do meu tempo de criança Da sombra de um juazeiro Precisa ter muita garra Pra aguentar meu rojão Ser filho lá do nordeste Ter sangue de Lampião Romeiro de São Francisco E do Padre Cícero Romão Romeiro de São Francisco E do Padre Cícero Romão