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Uma vez fiz um brinquedo
No terreiro de uma venda
Topei um cara marrudo
Capataz de uma fazenda
Nesse dia eu dei pancada
Que nem ferreiro na tenda
Nasci na zona da mata
Valentão pra mim é lenda
Eu disse assim pro sujeito
A camisa nós emenda
Meu laço tá na cintura
Não é pra cortar merenda
Minha faca corta e fura
Mandei fazer de encomenda
Os talhos que eu dou com ela
Não tem doutor que remenda
Ele virou parafuso
Eu virei chave de fenda
Fiz ele passar espremido
Que nem cana na moenda
Nesse dia fui tesoura
Entrei gostoso na renda
Quem tiver amor na vida
Que do meu lado não penda
Uma donzela me vendo
Da janela da vivenda
Papai corra aqui depressa
Vem ver que briga tremenda
Tô brigando e tô falando
Pra aquela bonita prenda
Pra vida não tô ligando
Não quero que me defenda
Se eu daqui sair com vida
A polícia que me prenda
Se eu morrer nesse combate
Não quero que vela acenda
Pra quem lê um pingo é letra
Espero que me compreenda
Quem tá no braço da viola
Foi quem venceu a contenda
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