Hoje estou satisfeito, alegrei o meu peito com sua chegada Seja bem vindo amigo, é aqui que vivo, esta minha morada Casa de pau a pique que ao tempo resiste nesta imensidão Deus do céu deu a graça, eu ergui com raça minha construção Reboque preparado, com barro amassado, pisado então Pra formar a parede: Esperando o barro, bambus amarrados Ao esteio fincado firmemente no chão Pra mim tudo é perfeito, eu estou satisfeito com sinceridade Sempre fui conformado, vivo acostumado com a simplicidade Nunca me dei ao luxo, aguento o repuxo da lida pesada Eu trago o alimento, mantenho o sustento dessa meninada A esposa querida que foi preferida do meu coração Assim junto comigo, encara a verdade, na necessidade Nosso amor cedo ou tarde, acha a solução Arrumei um quartinho, é bem simplesinho, mas é asseado Cobertor tá limpinho, o lençol não é linho, mas não é usado Se não dormiu assim num colchão de capim pode ser novidade E aqui no sertão vai ver a escuridão que não tem na cidade Vamos lá, vem comigo o jantar tá servido em cima do fogão O cardápio aqui quase sempre o mesmo feijão com torresmo Para agüentar o molejo da vida no sertão Eu nunca perco a hora, pois fica lá fora meu despertador Vai achar diferente, quem acorda a gente é um galo cantor Desjejum caprichado, café preparado e bolo de fubá E o leite na mesa é da vaca princesa que eu fui tirar Desse jeito caipira a gente se vira e aqui continua Quando bater vontade de falar comigo, já sabe onde vivo Volte sempre amigo, minha casa é sua