Eu tinha em preto e branco embaixo ao colchão A foto em que estava altaneiro de enxada no ombro e palheiro na mão Na mente se forma outro quadro com a recordação Que eu quis colocasse a paisagem de forma dar vida à imaginação Olhando a imagem agora, eu faço a minha confissão A minha origem de fato, se mostra ali nesse retrato Eu na roça, no meu sertão Só Deus é o artista que o traço tem a precisão De assim transmitir o recado nas cores exatas com exaltação Os tons combinavam na tela com essa perfeição De quem tudo pode saber da magia da arte extraída das mãos Sublime mistura de cores, tingiram o céu e o chão Fazendo o verde do mato, a água descendo o regato Surgindo em meio ao grotão Distante o relevo das serras na imensidão Com o sol colorindo de ouro até se parecem com um panteão As sombras em profundidade tentando a prisão Dos focos de luzes que escapam e seguem ligeiras fazendo condão E nessa harmonia agora se alegra o meu coração Pois nesse momento exato, sem ter as palavras relato Com os olhos a minha emoção