Esse teu cabelo crespo Já ouviu demais Mas continua armado E ao mesmo tempo em paz E se alguém perguntar por que ele tá em pé Diz que a resistência é grande E nunca dá ré Essa tua história de muita luta Continua viva ano após ano Mas eles dizem que não há dano Que o racismo é engano E que essa cultura linda Vai para além do profano (Isso é engano) Julga o negro de insano E diz querer santo Me diz se o professor do amor Pregaria o desamor Tem certeza? Ele mesmo? O próprio autor Tu já parou pra pensar que ele pode ser dessa cor? Negro, eu te vejo firmando laços E penso que o mundo tem jeito Eu vejo a 'senzala' adentrando espaços Não como escrava Mas como engenheira Eu te vejo nas novelas, no fut, na música Mas também vejo a tua luta Contra o ódio disfarçado De uma simples pergunta É, não tem jeito A Casa Grande surta! Aqui no Brasil não existe isso de racismo Os portugueses nem pisavam na África; os próprios negros é que se entregavam como escravos Mito! Mitou tanto que já entrou pro folclore brasileiro Deixa o negro decidir o que é que é o preconceito Porque não é você que é julgado pelo cabelo Entende de uma vez que cota é equidade Não culpe ela por não ter ingressado em nenhuma faculdade (Nenhuma faculdade) (Cota é equidade) Esse teu cabelo crespo já ouviu demais Mas continua amado E ao mesmo tempo em paz E se alguém perguntar Por que ele tá em pé Diz que a resistência é grande E nunca dá ré E se for pra trabalhar sem troco, de novo Que seja na busca por paz E não abaixa essa cabeça nunca Senão a coroa cai