Sou pêlo duro, peão campeiro e fronteirista Nasci na pampa e nesta pampa fiz querência Me fiz um taura das estradas e minuanos Neste Rio Grande eu finquei minha existência Gosto da lida, sou ginete e sou tropeiro Um cusco amigo me acompanha nas jornadas Tenho meu rancho no repecho da coxilha E os sabiás para cantar nas madrugadas Eu tenho o campo, bom cavalo e as tropilhas Chinoca linda e mate amargo p'ras auroras Na minha estampa se retrata o meu xucrismo E a minha fibra na roseta das esporas Sou pêlo duro, tenho a alma campechana Pele queimada dos rigores campesinos Eu já falei p'raquela prenda loira e bela Só os olhos dela p'ra domar o meu destino A tarde cai, eu pego a viola e abro o peito Ouço cachoeiras duetando com meu verso Minha vivenda se transforma num castelo Não há lugar igual ao meu, neste universo