Num equilíbrio entre a maldição e o dom Vivendo num plano onde não existe perfeição Pilotando a nave sem por as mãos no guidon Esquecendo o mundo e transformando ele em um som Num som, um som, pra nós Que seja bom pra nós, pra nós, um som Que seja bom E eu te pergunto quem inventou essa versão Talentos morrem no excesso de vaidade Afogados nesse mar de presunções Selados no reflexo de uma vil realidade Antes do mel tem o fel Lembro dos que já partiram quando olho pro céu Arquitetando a queda da torre de babel Genialidades jogadas ao léu eu vejo Abro mão dos meus próprios desejos Esse não é o tipo de mundo que eu almejo Mas ainda assim festejo, tentando me esquecer Ignoro as dores num cortejo pra você Eles nos prometeram que um dia íamos vencer Quando? Mas eu só vejo derrota Dizem que a vitória é ter carros e notas, mansões Acres e cartões, fujo dessa realidade nas minhas alucinações Que são tão sãs Faço pelo meus irmãos e minhas irmãs Mas a maldade é como um I'mã Facilmente ela te tira do foco Eu não troco o que eu faço por nenhuma promessa de êxito fácil Entenda que minha alma não tá a venda Eu to fazendo por amor, não to pensando em recompensa Ó Se eu tiver que andar só Não vai acabar em pó Realidade tensa A prisão é a matéria densa Perigo só existe pra quem pensa Pergunta pra vida se a morte compensa Saúde e doença, que o melhor vença Te prendem nas selas, grades são crenças Se perdem os tolos, guerras santas Se prendem no ouro em terras tantas Igrejas falidas, moedas quantas Todas pra eles e o mundo sangra Aos falsos deuses em couro cantam As naves dos deuses reais, planam Pessoas por deuses leais, clamam Vilões e suas armas letais, tramam O povo que reza em suas casas reclamam E nenhum desses deuses vem quando eles chamam Nenhum desses deuses desceram salvando Enxergo meus medos se degenerando To regenerando tudo a minha volta O ódio destrói, doi-se a revolta O tempo que foi, foi, nunca volta A foice que corta limita seu tempo Minha alma é eterna independe do templo Meu corpo é a nave, piloto no vento, tenta Minhas escolhas são assim A espada, o escudo, a estrada diz tudo, a estada Mais do que esperei pra mim São etapas do tudo, é no nada que surjo, meu bairro é o mundo