Nestes momentos cinzentos do ano
Sinto-me como antes
Como se, em minha mente, atravessasse anos
Mil outonos e invernos

E ainda o mesmo céu invernal
Implacável, paira acima de mim
Ainda sinto a respiração
O murmúrio da antiga floresta

Nas profundezas da carne humana
Arde a angústia eterna
E onde não estou sozinho
Onde um humano respira
Tudo está contaminado
Tudo queimado
Pelo amor de Deus
Seu único filho bastardo

O vento frio do inverno congela
O sangue nas veias dos cristãos
E o medo rói mais fundo
Nos abrigos da carne humana

E logo será a noite do funeral
Maldita tradição antiga e sangrenta
Assim, eles também virão a saber
Sentir a crueldade brilhante de minhas memórias