Se alguém me bancar eu sei me vestir Só me falta roupa, iaiá, só me falta roupa Aí, gente. Era assim que o mestre Marçal falava, olha aí Vou comendo mingau pela beira do prato Enquanto no meio ele esfria Vai procurar o teu bloco, tas negando trunfo Alo bateria Moro em cima do sapato Vou levando o corpo do jeito que posso Tás me entendendo compadre Se a onça morrer o mato é nosso Se alguém me bancar Mas eu sei que nós estamos juntos Porem, não estamos, meu bem, misturados Quero que pegue fogo no mar Vou comer peixe frito e tu peixe assado Eu vou pro tubo de ensaio Que Deus me defenda das coisas modernas Pois quem dorme, meu bem, de favor Não tem o direito de esticar as pernas Se alguém me bancar Trata de ti não me venha Que tu desengomas E diz que eu não mudo Eu nasci sem saber nada E também vou morrer Sem aprender tudo E se a morte é um descanso Meu bem, eu prefiro viver é cansado Quero mais é que o mundo Se acabe em barranco Que é para eu morrer escorado Se alguém me bancar Tudo bem, justamente legal Mas não tem pé me dói Não me faças pedido Tas vendo aí, tu não sabes Com quem vais dançar no salão tas perdido Tu não me chamas pra festa É só para enterro, meu bem Que me chamas O corcunda sabe como deita Pois quem é que dorme no canto da cama