Fecho a porta e dou partida neste caminhão zerado Bem cedinho pego a estrada, rumando pra outro estado Vai a carga acomodada, coberta como encerado No trecho abro a buzina para os colegas saudar O frentista e o borracheiro são irmãos a me ajudar E a moça do pedágio sorriu ao me avistar Vamo, vamo, não posso perder a hora Vai que vai, rodando o Brasil afora Vou do Rio Grande a Rondônia e a Vitória da Conquista Mato Grosso ao litoral até o porto santista Sigo firme no volante, sem nunca sair da pista Com sol, chuva ou cerração, subo serras e coxilhas De Curitiba a Recife, de Fortaleza a Marília Livramento a Porto União, São Paulo, Rio e Brasília Começa a viagem de volta e o rádio amador que chama Vou ter que mudar a rota, caiu barreira com lama E só vou chegar em casa no outro fim de semana Para matar a saudade da caçula e dos piás Da eterna companheira que conheci em Goiás Na festa de São Cristóvão, há vinte anos atrás