Solidão – Gilmar Sampaio Não quero ser aquele poeta Que fica na calçada Recitando poesias Onde o povo passa e finge Seus versos são todos em vão Não quero ser aquele músico Que toca na noite As mesas sempre cheias E ninguém escuta o que ele cantou Não quero ser aquele motorista de aplicativo Que todos entram no seu carro Falam o destino E nem boa noite lhe dão Não quero mais esta solidão Só quero ser notado Com salva de palmas, olhos brilhando Dizendo boa noite, obrigado irmão