Uma china velha mutreta andou batendo as canjicas Que eu andava de retosso com a crioula Frederica - Por causa de uma lambança quase um homem se complica Eu vivo com uma baixinha que apelidei de nanica Cria lá de Catuçaba, da raça brava dos Bica. Bem na hora do almoço Se jogou no meu pescoço igual uma jaguatirica. Encrenquei com a mulher velha Foi pior que briga de foice Murchou as duas orelhas E quase me capa num coice. Caiu um oitão do rancho e nós peleando enfurecido E ela saltou pro terreiro, já deu um nó no vestido - Me sentou uma marca touro, vinha em rumo ao meu ouvido E se eu não caísse fora em dois tinha me partido. Por causa do tal fuxico, veja o quanto eu tenho sofrido, Com essa mulher endiabrada Louca das ventas rasgadas que não respeita o marido. Meus tarecos eu reparti com a chinaredo da vila E agarrei as rédeas do mundo e no bolso sem nenhum pila Todo o taura corajoso na estrada arruma a mochila E o amor desencontrado, quando não mata, aniquila. Longe desta cascavel levo uma vida tranqüila Foi e não me arrependi Só Deus sabe o que eu sofri nas unhas dessa gorila. Quanto aos corcóvios da vida tem que ser macho e ginete Morar no olho da rua quem já teve palacete - Saí alumiando o sabugo, no rabo trinta foguetes Já anda encostando a cerca quem quis puxar meu tapete. Arrependida e chorando, manda recado e bilhete Comenta que ainda me ama Sente saudade da cama do cuiudo do Alegrete.