Pelas teias do arrebol
Quis-me a fortuna iludir
O poente esconde o sol
Mas é de aurora o porvir
Errante no tempo eu andei
Em sonhos mirabolantes
Em paraísos distantes
Feliz, de mim mesmo rei
Onde um salgueiro gemia
Em solidão fui sentar
Tarde cinza brisa fria
Me perdi no meu sonhar
O mundo começa aqui
Nesse momento de outrora
Pois tudo quanto senti
Revive o luar de agora
O lugar de tal virtude
É o tempo de sempre amar
Mergulho de plenitude
Tempo de eterno voar
No abismo da noite acesa
Um anjo me conduziu
Libertou minha alma presa
Seu olhar me seduziu
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