Ela acorda todo dia as 4:15
Vai pro trabalho, deixa almoço no fogão
Vai pelo morro, desce a escada da quebrada
Enfrenta fila, empurra empurra no busão
Vai pro trabalho e espera que o hoje
Seja melhor do que o ontem sem ter pão
É mais um dia o sol queimando a negra pele
De uma mulher que acredita em uma não
Tão massacrada por descaso e intolerância
Que passa fome, mas tem imposto pra pagar
Enquanto que do outro lado alguém dança
E come caviar
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