Mais um serviço é outra tropa que ponteio No meus arreios a garantia de chegar Um potro ruano de bocal e duas éguas É na estrada que termino de ajeitar Campiou o patrão por um tropeiro e duas luas A tropa sua era criada e caborteira Boiada alçada dos campos lá da faxina Não se arrucinam e não conhecem mangueira Marcado dia antes do Sol cruzemo o passo Pionada buena, pelos matos e os pelados Tinir de laço, larida da cachorrada Fomos juntando num canto do aramado Bota os cachorros que o gado sai na picada Pega le o grito e vai tentiando no costado Se refuga, já se enrosca no doze braças Que lá no fundo é o mangueirão do descampado Rubiando o dia, se foi à boca da noite A lida é bruta e um pouco desigual Com duas talhas chegamos lá na fazenda Botas riscadas de espinhos do chircal Gado encerrado bater cascos e guampas Vi no patrão um semblante satisfeito Pingos suados, um mate lá no galpão E a desencilha na cerca do parapeito Noite de Lua, enquanto apronta o assado Faz um costado pra uns versos que vou dizer Por mais ariscos, alçados e caborteiros No meus arreios, não existe bem querer De madrugada voltiando a cavalhada Dei um vistaço para o lado da mangueira Não avistei nenhuma aspa dos brasinos Que pra juntar consome um dia inteiro Pensei comigo sem alardear os companheiros É mais um dia pra juntar essa boiada Que noite antes não respeitou a porteira E se extraviou campo a fora na invernada E foi assim que essa lida eu relato É mais um fato na memória dos campeiros Foram dois dias de corredor ao embarque Mais uma tropa lá no rincão do barreiro