Eu vi a reencarnação de Cristo Ele tava num mendigo sujo e fedido na Unasp Ele deu murros na cabeça e olhou pro alto Depois veio até mim com mó fedor de crack Ele me pediu um trago e eu falei não Ele me pediu dinheiro e eu falei não Ele me pediu um abraço por ter esquecido o que é carinho E eu falei não Às vezes a razão age mais burra que o coração A emoção nos moveu até a Lua Queremos nos provar pra todos que tão na corrida A guerra atual ainda é fria Machos querem uma vagina pra chupar até pingar Na resenha vão contar com orgulho Vagabundas não amamos e nem assumimos Eu amo mais meu mano do que eu me amo Eu não tenho inimigos, não mais Nenhum deles vivos, agora sentimentos O tempo me ensinou que o meu ego ia me afundar Numa espiral de ódio e solidão (igual meu pai) Foi então que eu vi uma mão, olhei bem e a reconheci Era a minha própria Eu me levantei pra ir pra luta mais difícil Já sabendo que amanhã vai ser pior O capitalismo tá deixando os meus manos Cada dia mais lelé da cuca A vida é tão curta e eles têm muito a fazer Pouco dinheiro e uma escala a seguir O medo de não conseguir virar na vida antes dos 30 É o que vivemos de verdade todo dia Todo dia antes de dormir eu me imagino Vivendo meus sonhos, e eu sei que vamos conseguir