Saio de casa, meu caminho traço na manhã Busão lotado, frio que enfrento com meu casaco de lã Procurando felicidade, caminho na estação Sempre de cabeça erguida, sem segurar nenhuma mão Vontade na vida de sempre vencer Procuro uma liberdade, felicidade de viver Pego no trampo logo cedo Nessa vida com muito medo Nunca tive aquilo tudo que desejo Deixando os filho sozinho, na conta da babá Chorando deixo eles, sem poder me aproximar Dia todo fora sem poder nem ficar Com quem no mundo crio, e no mundo posso amar Meio dia chega, e eu vou almoçar Uma marmita que eu tiro pra poder me alimentar Agradecendo os superiores por ter aquilo pra comer Pois tem gente bem pior, que nem na vida sabe ler A verdade é crua e seca, dessa vida cruel Em que uma alegria para muitos vem com vel Muitos nem sabe como é a vida do humilde Que na vida batalha e sofre como a dona Clotilde Busão lotado logo verei de novo Saindo do trabalho empurrando todo o povo Na catraca passo pensando nos meus criados Que deixei chorando quando deixei quase abandonados Chego em casa graças a Deus, mais um dever cumprido Agora darei amor e tempo aos meus filhos queridos Que ralo dia a dia pra dar o de melhor Pra serem algo na vida, não serem algo pior Boa Noite vo dormir amanhã luto de novo Sempre cedinho acordo e de novo encontro o povo Na mesma situação, batalhando nessa vida Lutando por alguém, pelas mesmas pessoas queridas Rezo antes de fechar os meus olhos cheios de água Pois na vida sempre levei uma forte e potente mágoa Soltando um Ave Maria fecho agradecendo A todos que na vida sempre me viram crescendo