Um dia qualquer, como um outro qualquer resolvi limpar minha casa Trocar os lençóis, as toalhas, as cortinas, mudar os móveis Ler outros livros, ter outras conversas, usar outras palavras Ao invés de acumular entulhos, resolvi guardar moedas E deixar algumas coisas em algum lugar do passado Um dia qualquer como um outro qualquer do planeta Joguei as cartas e fotos pra fora da minha janela Um dia qualquer como um outro qualquer da minha vida Dancei a trilha sonora que tinha a minha novela Eu e ela Quase acreditei que um romance mexicano não seria amargo Quase acreditei que um romance assim suburbano já era passado Mas considero que sou um barco que perdeu a vela Um prisioneiro que não tem cadeia e não tem sela Um forasteiro que ficou no porto vivendo a espera Como um Castelo que perdeu a bela e ficou a fera Eu e ela... Eu, elas Um dia qualquer como um outro qualquer Andando pelas ruas pelas praças Embaixo de um viaduto encontrei um homem com uma caixa de recordação Numa mão uma foto e uma carta em outra mão Perguntei quem eram aquelas pessoas e então ele respondeu Não sei quem são Nunca escrevi uma carta de amor Não sei o que é ganhar ou perder Nunca arrisquei, nunca guardei saudade, nunca abri meu coração Nunca amei ou fui amado, não tenho nada guardado Nunca chorei por alguém Não tenho nada pra ganhar ou perder Tive medo da expectativa e da decepção Eu e ela, eu e ela Eu e ela, eu e ela Eu e ela, eu e ela Eu e ela, eu e ela