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D’avoir son étoile sur Hollywood Boulevard
Son nom en lettres d’or
Faire rêver le monde au son des guitares
Au son des accords
Chanter tant que Dieu me donne encore le temps
Avant le paradis
Et voir mon royaume briller au firmament
Jusqu’en Australie
Mais ça ne suffit pas
Ça ne suffit pas
Si je n’ai rien de toi
Si j’n’entends plus ta voix
Je redeviens l’enfant
Abandonné, crevant
Dans sa chambre au bout du couloir
Si je n’ai rien de toi
Si je ne sens plus tes bras
Je redeviens manant
Clochard et chien errant
Le cœur en loques sur le trottoir
Hurlant sa peur dans le noir
Si je n’ai rien de toi
À quoi sert d’être moi
D’être moi
Préserver son âme jusqu’à désobéir
Et fidèle à soi-même
Décider de vivre guidé par le désir
Sans regrets ni sans haine
Monter sur les scènes le corps en pleine lumière
Et porté par les cris
M’élever du sol jusqu’à quitter la terre
Comme le dernier Messie
Mais ça ne suffit pas
Si je n’ai rien de toi
Si j’n’entends plus ta voix
Je redeviens l’enfant
Abandonné, crevant
Dans sa chambre au bout du couloir
Si je n’ai rien de toi
Si je ne sens plus tes bras
Je redeviens manant
Clochard et chien errant
Le cœur en loques sur le trottoir
Si je n’ai rien de toi
Si je n’entends plus ta voix
Je redeviens l’enfant
Abandonné, crevant
Dans sa chambre au bout du couloir
Si je n’ai rien de toi
Je deviens mort vivant
Fantôme et transparent
Condamné aux flammes de l’enfer
Hurlant sous la misère
Si je n’ai rien de toi
À quoi sert d’être moi
Oui d’être moi
Ter a minha estrela em Hollywood Boulevard
O meu nome em letras de ouro
Fazer o mundo sonhar ao som de guitarras
Ao som dos acordes
Cantar enquanto Deus me der ainda tempo
Antes do paraíso
E ver o meu reino brilhando no firmamento
Até na Austrália
Mas isso não é suficiente
Isso não é suficiente
Se eu não tiver nada de você
Se eu não ouvir mais a sua voz
Eu volto a ser uma criança
Abandonada, esgotada
No quarto no fundo do corredor
Se eu não tiver nada de você
Se eu não sentir mais os seus braços
Eu me torno grosseira
Mendiga e cachorro perdido
O coração em farrapos na rua
Gritando o seu medo no escuro
Se eu não tiver nada de você
De que serve ser eu?
Ser eu
Preservar a sua alma até desobedecer
E fiel a si mesmo
Decidir viver guiada pelo desejo
Sem arrependimento e sem vergonha
Subir nos palcos com o corpo em plena luz
E levada pelos gritos
Me levar do chão até sair da terra
Como o último Messias
Mas isso não é suficiente
Se eu não tiver nada de você
Se eu não ouvir mais a sua voz
Eu volto a ser uma criança
Abandonada, esgotada
No quarto no fundo do corredor
Se eu não tiver nada de você
Se eu não sentir mais os seus braços
Eu me torno grosseira
Mendiga e cachorro perdido
O coração em farrapos na rua
Se eu não tiver nada de você
Eu me torno num morto vivo
Fantasma e transparente
Abandonada, esgotada
No quarto no fundo do corredor
Se eu não tiver nada de você
Me tornar um morto-vivo
Espírito e transparente
Condenada às chamas do inferno
Gritando de dor
Se eu não tiver nada de você
De que serve ser eu?
Sim, ser eu
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