A gaita choramingava Em uma vaneira manhosa Eu arrodeava na sala Com uma morena fogosa Dessas que o olhar diz tanto Que nem carece de prosa O gaiteiro emparceirando A goela da botoneira Acolherava poesia Na cantiga galponeira Eu me embalava pachola Nos braços da missioneira Entre uma marca e outra Foi mais ou menos assim Eu escutei um resmungo E notei que era pra mim Já enxerguei um melenudo Querendo bater meu brim Se veio abrindo picada Entre o povo que bailava o que tivesse por frente Aos coices ele atropelava E a folha de uma coqueiro Nas munhecas relampeava Vi que a coisa estava osca Mas não frouxei o tutano Firmei o garrão no assoalho Só bombeando pro fulano Pode vim berrando groso Que eu já te dou o desengano Levei a mão na cintura E não achei meu parceiro Um revolvinho judiado Desmanchador de entrevero Lembrei que eu tinha deixado Aos cuidados do porteiro Me vendo desprevenido E ainda meio mamau Sem ter pra minha defesa Nenhum pedaço de pau Me recordei do bochincho Do Jayme Caetano Braum Quando ele ergueu a coqueiro Cruzei por baixo do braço Ele se foi a parede E eu ajuntei num trompaço Fiz afocinhar nas botas E quase matei a pataço Ninguém comprou a parada E até me deram razão Pois eu sujeitei o maula Sem ter uma arma na mão Só sai no fim da festa Borracho e sem arranhão A China não foi comigo Mas isso não me encabrita Só vem lá de vez enquanto Pra me fazer uma visita Pois depois da borracheira Eu vi, que nem era assim tão bonita